Oficinas do PDTU continuam nesta terça-feira (11) com sessões presenciais no Gama, Samambaia e São Sebastião
As obras e serviços essenciais para melhorar a qualidade do transporte público e garantir a mobilidade urbana no Distrito Federal, nos próximos dez anos, estão em debate nas oficinas de diagnóstico do Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU) e do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (PMUS) do DF. As sessões presenciais, que vão acontecer em todas as regiões administrativas, começaram por Plano Piloto, SCIA e Taguatinga, e terão sequência a partir das 19 horas desta terça-feira (11) no Gama, São Sebastião e Samambaia.
Além dos temas diretamente ligados ao transporte coletivo, como a necessidade de mais linhas de ônibus, novas estações e manutenção do metrô, os participantes das oficinas estão apresentando diversas sugestões que ajudam a Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) a obter um diagnóstico do setor. Grande parte das manifestações é sobre acessibilidade de calçadas, travessias, sinais sonoros e sinalização das vias públicas, com objetivo de melhorar a mobilidade das pessoas que precisam ou fazem opção por mobilidade ativa.
“Vamos ouvir a população em todas as regiões administrativas e construir, com a efetiva participação da sociedade, principalmente de quem usa o transporte público, a atualização do PDTU e a elaboração do Plano de Mobilidade Sustentável”, disse o secretário de Transporte e Mobilidade do DF, Zeno Gonçalves. Segundo ele, é importante que esses documentos sejam o reflexo das mudanças e das melhorias que a população quer, tanto para o futuro como para ações de imediato, no sistema de transporte e na mobilidade urbana da capital.
Participação representativa
As oficinas contam com participação representativa da comunidade. Além de ONGs que atuam no setor de mobilidade e da Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana da Câmara Legislativa (CMTU), líderes comunitários e membros de associações de moradores estão participando das sessões e apresentando sugestões para do PDTU e o PMUS.
A líder comunitária de Taguatinga, Núbia Rosa de Lima, destacou que as oficinas são grande relevância para quem precisa de transporte público ou as pessoas que se movimentam a pé pelas cidades.
“Para nós que vivemos o dia a dia, dependendo de transporte público ou até mesmo de mobilidade em relação a calçadas, em relação a fazer uma caminhada, andar de bicicleta, é de extrema relevância ter uma audiência desse nível para discutir nossas demandas nesse sentido”, afirmou. Formada em Recursos Humanos com pós-graduação em Psicologia Social, a líder comunitária deixou sua contribuição na oficina de Taguatinga. “Na localidade onde eu moro, no Setor Primavera, há necessidade de calçadas, de ciclovia e até mesmo de entrar um transporte lá dentro, porque a distância de quem mora na parte mais de baixo é longa, para os idosos, para as crianças e para todos no contexto geral”, explicou.
O servidor público Uirá Felipe Lourenço participou da oficina no Plano Piloto e falou sobre a importância da integração da mobilidade ativa com transporte coletivo, destacando a necessidade de obras como a conexão das ciclovias e um bicicletário na Rodoviária do Plano Piloto. Adepto da ciclomobilidade há vários anos, o servidor disse que o modal tem o lado positivo, é saudável, mas que enfrenta problemas.
“A cidade ainda carece de muita coisa para incentivar que mais pessoas deixem de usar o carro para usar bicicleta, usar transporte coletivo. Espero com o PDTU, que Brasília realmente avance no rumo da mobilidade sustentável e não nesse rodoviarismo atrasado que a gente ainda vê aí nos projetos, nas obras”, disse Uirá.
Etapas do PDTU e PMUS
O debate com a sociedade sobre o PDTU e o PMUS começou em junho de 2024, com a realização da primeira audiência pública e recebimento das primeiras contribuições. No mês de julho, começaram as pesquisas de campo. Foram feitas pesquisas em visitas nos endereços das pessoas, coletando dados sobre os meios de deslocamentos, motivos das viagens, origens e destinos, horários e outras informações importantes sobre a mobilidade.
Nos meses da setembro e outubro do ano passado, foram feitas as pesquisas sobre os deslocamentos das pessoas por meio de sinais emitidos por smatphones, observando horários, vias percorridas, percursos internos ou entre regiões administrativas.
Após o atual período de oficinas de diagnóstico, com sessões em todas as administrações regionais, os técnicos que elaboram o PDTU e o PMUS farão análise das contribuições e vão preparar os documentos com o prognóstico do transporte público e a mobilidade urbana para novos debates com a população. No próximo mês de maio, será realizada a segunda audiência pública sobre os dois planos.
Em julho ou agosto deste ano, a população terá oportunidade de participar de mais uma rodada de oficinas, quando serão debatidas as propostas que forem consolidadas pela equipe técnica. A audiência pública sobre as propostas escolhidas pela população será em outubro, e a elaboração do projeto de lei do PDTU e PMUS até o mês de dezembro.