A Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) enviou à Casa Civil proposta para corrigir as tarifas do transporte público. Pelo estudo, as passagens de ônibus, que atualmente vão de R$ 2,50 a R$ 5, custarão de R$ 2,75 a R$ 5,50. Já a tarifa do metrô passará de R$ 5 para R$ 5,50.
Segundo o secretário Valter Casimiro, a intenção é que os valores comecem a vigorar a partir desta segunda-feira (13), após análise da Casa Civil e publicação no DODF. “O objetivo é diminuir o desequilíbrio que tem hoje entre a tarifa usuário, que é o que o passageiro paga quando passa pela roleta do ônibus, em relação ao custo que o sistema possui atualmente”, disse Casimiro, em coletiva à imprensa nesta quinta-feira (9).
O secretário também citou na entrevista que, embora o sistema não esteja perfeito, estão previstas melhorias para os passageiros, a exemplo dos 160 ônibus que vão começar a transitar pela faixa exclusiva da EPTG. “Também determinamos às empresas a aquisição de aproximadamente mais 100 ônibus para este ano para aumentar a oferta de viagens onde já foi identificada uma lotação maior de usuários”, completou.
Com os novos valores, o governo deixará de incluir do orçamento cerca de R$ 161 milhões ao ano, que pode ser utilizado no custeio de outros serviços essenciais à população. Para subsidiar todo o sistema, o GDF desembolsou em 2019 R$ 701.314.932,12 com gratuidades e complemento tarifário.
Apesar de estudos feitos pela pasta demonstrarem que o valor das tarifas deveria ser corrigido em 16,18% — o mesmo índice de reajuste das tarifas técnicas das empresas entre 2017 e 2019 —, a tarifa de R$ 5, que é utilizada nas viagens longas e também vale para o metrô e a integração, terá uma variação menor, de 10%. O objetivo é diminuir o impacto para a população de baixa renda, prioridade do transporte coletivo.
O complemento tarifário significa dizer que, quando o usuário passa pela catraca do ônibus, o que ele paga não representa o valor real do bilhete. A passagem custa mais cara, o que é chamado de tarifa técnica, porém, apenas parte dela é repassada aos cidadãos. A diferença é subsidiada com recursos públicos.
Já as gratuidades são destinadas às pessoas com deficiência e aos estudantes. A porcentagem de viagens em que o usuário não paga para utilização do Sistema de Transporte Público Coletivo (STPC) é de 30%. Esses acessos custam cerca de R$ 343 milhões anualmente aos cofres públicos.
Série histórica
Os valores das tarifas de ônibus e do metrô no DF ficaram congelados por mais de 10 anos, entre janeiro de 2006 e setembro de 2015, período em que a inflação chegou a 73,60%. Dessa forma, as correções feitas em 2015 (média de 34,4%) e 2017 (média de 17,6%) foram insuficientes para trazer equilíbrio do sistema.
Tarifa usuário – Valores atuais
Circular Interna – R$ 2,50
Ligações Curtas – R$ 3,50
Metrô/Longas/Integração – R$ 5
Tarifa usuário – Valores atualizados
Circular Interna – R$ 2,75
Ligações Curtas – R$ 3,85
Metrô/Longas/Integração – R$ 5,50