Mais 64 linhas de ônibus foram criadas no Distrito Federal desde 2015. Os itinerários desses coletivos atendem regiões administrativas como Brazlândia, Ceilândia, Guará, Paranoá, Riacho Fundo II e Santa Maria. Desse total, 21 são de 2015; 13, de 2016, e 30, de 2017.
A criação e readequação de linhas aumenta a eficiência do sistema e melhora a qualidade de atendimento aos usuários. Foto: Tony Winston/Agência Brasília
As novas opções para passageiros surgem para atender à necessidade de transporte público, como explica o diretor-geral Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans), Léo Carlos Cruz.
“Esse desenvolvimento é dinâmico e depende das características de cada localidade.” Segundo ele, um loteamento ou um centro comercial — como um shopping — novos podem ser uma demanda.
Cruz acrescenta que obras também provocam a necessidade de novas linhas. “O Sol Nascente [em Ceilândia] foi urbanizado e permitiu que houvesse as linhas, assim inauguramos novas rotas que passam pelo local”, exemplifica o diretor-geral.
1,7 mil Número de linhas alteradas para atender à necessidade do transporte público em Brasília
Mas a criação de outras linhas não é a única alternativa para a atender a comunidade. O DFTrans as readéqua conforme a necessidade local. Nesse período, a autarquia alterou 1,7 mil linhas.
Para que não haja desequilíbrio financeiro, é feita uma análise da quantidade de pessoas e dos itinerários na região que receberá novos veículos. Cerca de 700 mil pessoas usam transporte público diariamente.
Para ampliar o atendimento, a frota de Brasília cresceu. Desde 2015, integraram-se 168 novos ônibus ao transporte público — os veículos foram licitados em 2011 e 2012.
Do total, nove são movidos a biodiesel, combustível que emite menos gases poluentes. Em janeiro, eles começaram a rodar pela área central de Brasília. A linha circular 109 faz o trajeto Memorial JK-Praça dos Três Poderes.
Ônibus movidos a biodiesel poluem menos e circulam pela cidade desde 2015. Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília – 12.1.2017
Os veículos não têm escada, contam com piso baixo, ar-condicionado, câmbio automático, motor traseiro, carroceria moderna e velocidade controlada para 60 quilômetros por hora.
A melhoria faz parte do programa de mobilidade do governo, o Circula Brasília, e o custo já está incluído no investimento do sistema.
De acordo com a Secretaria de Mobilidade, os ônibus operam no Box 4 da Plataforma A da Rodoviária do Plano Piloto, com passagem a R$ 2,50. No horário de pico, os carros saem a cada 5 minutos.
Com o Bilhete Único, implementado em setembro, a população pode usar até três transportes públicos por apenas R$ 5.
Cerca de 70 mil pessoas já se cadastraram no modelo de integração. Em dezembro, o tempo que os passageiros têm para usá-lo aumentou de duas para três horas.
A ideia é que a medida beneficie, principalmente, moradores de locais mais distantes. Por exemplo: se alguém anda em uma linha circular interna, que custa R$ 2,50, depois opta pelo metrô, a R$ 5, e, por último, embarca em uma linha de curta duração, a R$ 3,50, o valor final de toda a viagem será de R$ 5, desde que pague com o cartão do Bilhete Único.
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Além da economia, a novidade dá mais segurança aos passageiros, que não precisam portar dinheiro e podem bloquear o cartão, caso o percam, e depois recuperar a quantia que estava creditada nele ao pedir uma segunda via.
Outra vantagem apontada pela Mobilidade é que, quanto mais pessoas usam o cartão, mais ágil fica o embarque, e o tempo de viagem diminui.
Mais de 700 ônibus estão com a biometria facial implementada nas catracas. O objetivo é que até fevereiro de 2018 o recurso esteja em todos os veículos que operam no DF.
Para evitar fraudes no transporte público, o sistema funciona assim: acima dos validadores, onde os passageiros passam o cartão, são instaladas câmeras que captam imagens de quem passa pela catraca. Por meio de um software, elas são comparadas com as fotos do cadastro do usuário.
Quando o programa detecta automaticamente divergências — ou seja, alerta que as imagens não coincidem —, um analista do DFTrans avalia se há um caso de fraude.
Se confirmada a irregularidade, o benefício é suspenso, e se abre um processo administrativo em que o usuário tem direito ao contraditório e à ampla defesa. De acordo com a secretaria, se ainda assim os esclarecimentos forem insatisfatórios, o cartão é bloqueado.
Essas e outras ações, como reforma e construção de terminais rodoviários, fazem parte do Circula Brasília, lançado em maio de 2016. A meta é que o DF tenha 277 quilômetros (km) de rede integrada de transporte público.
O programa engloba as iniciativas do Executivo de curto, médio e longo prazos para melhorar o setor.
Coordenado pela pasta de Mobilidade, ele prioriza investimentos no transporte coletivo e no não motorizado, como bicicletas e a pé.